Sendo o Futsal um jogo colectivo, privilegiando comportamentos constantes de cooperação/oposição, sendo o comportamento predominante solicitado em função da bola (da sua posse ou da sua recuperação), a valorização da posse de bola deverá ser sempre a variável mais importante na tomada de decisões, quer seja ela individual ou colectiva.
Desta forma, poderemos logo apontar uma desvantagem ao processo ofensivo, que se caracteriza pelas “
dificuldades apresentadas pela execução das acções técnico-tácticas específicas com bola, sugerindo a necessidade da sua protecção e conservação, contra as acções agressivas dos adversários.”
Por outro lado, a equipa de posse de bola poderá igualmente:
Controlar o ritmo específico do jogo;
Surpreender a equipa adversária através de mudanças contínuas de orientação das acções técnico-tácticas;
Obrigar o adversário a passar por longos períodos sem a posse de bola.
No entanto, e segundo afirmação de Castelo (1996), “
A posse de bola não é um fim em si, tornando-se utópico, se não for conscientemente considerada como o primeiro passo indispensável no processo ofensivo, sendo condição “sine qua non” para a concretização dos seus objectivos fundamentais: a progressão/finalização e a manutenção da posse de bola.”
Assim sendo, poderemos definir a manutenção da posse de bola como a constante quantificação da relação custo/benefício, com o objectivo da tomada de decisão em relação ao comportamento que beneficiará toda a estrutura organizativa, a equipa. “
Infere-se assim a necessidade de a resolução táctica em qualquer situação momentânea do jogo, dever ser avaliada em função do binómio risco/segurança, devendo o jogador de posse de bola percepcionar e avaliar correctamente as vantagens e desvantagens, para os objectivos tácticos da sua equipa, da opção e execução deste ou daquele comportamento.” (Castelo, 1996)
No entanto, não deveremos nunca esquecer que, sendo o Futsal um jogo colectivo, e apesar da maior parte da responsabilidade da decisão a tomar pertencer ao homem da bola, a decisão final é fruto do resultado de uma equipa, pelo que, para que a equipa funcione como um todo, será sempre necessário que os restantes elementos da equipa proporcionem ao homem da bola os indicadores indispensáveis para a tomada de decisão, que apesar de ser individual, não deixará nunca de ter a contribuição colectiva. Assim, os deslocamentos dos jogadores sem bola, cuja intenção táctica é de criar as situações que contribuem constantemente:
. Para um melhor apoio ao companheiro de posse de bola aumentando-lhe as possibilidades de resolução da situação táctica com o máximo de eficácia;
. Contribuem para a criação de desequilíbrios pontuais e temporários no sistema defensivo.
Nunca esquecendo que, a manutenção da posse de bola não será o objectivo final do jogo, mas sim o golo, pelo que, a maximização deste objectivo pressupõe a orientação de todos ou da maioria das acções técnico-tácticas individuais e colectivas, realizadas pelos jogadores em processo ofensivo, em direcção à baliza adversária.
Reflictam e executem!