30 dezembro 2005

A Manutenção da posse de bola

Sendo o Futsal um jogo colectivo, privilegiando comportamentos constantes de cooperação/oposição, sendo o comportamento predominante solicitado em função da bola (da sua posse ou da sua recuperação), a valorização da posse de bola deverá ser sempre a variável mais importante na tomada de decisões, quer seja ela individual ou colectiva.

Desta forma, poderemos logo apontar uma desvantagem ao processo ofensivo, que se caracteriza pelas “dificuldades apresentadas pela execução das acções técnico-tácticas específicas com bola, sugerindo a necessidade da sua protecção e conservação, contra as acções agressivas dos adversários.”
Por outro lado, a equipa de posse de bola poderá igualmente:

Controlar o ritmo específico do jogo;
Surpreender a equipa adversária através de mudanças contínuas de orientação das acções técnico-tácticas;
Obrigar o adversário a passar por longos períodos sem a posse de bola.

No entanto, e segundo afirmação de Castelo (1996), “A posse de bola não é um fim em si, tornando-se utópico, se não for conscientemente considerada como o primeiro passo indispensável no processo ofensivo, sendo condição “sine qua non” para a concretização dos seus objectivos fundamentais: a progressão/finalização e a manutenção da posse de bola.”

Assim sendo, poderemos definir a manutenção da posse de bola como a constante quantificação da relação custo/benefício, com o objectivo da tomada de decisão em relação ao comportamento que beneficiará toda a estrutura organizativa, a equipa. “Infere-se assim a necessidade de a resolução táctica em qualquer situação momentânea do jogo, dever ser avaliada em função do binómio risco/segurança, devendo o jogador de posse de bola percepcionar e avaliar correctamente as vantagens e desvantagens, para os objectivos tácticos da sua equipa, da opção e execução deste ou daquele comportamento.” (Castelo, 1996)

No entanto, não deveremos nunca esquecer que, sendo o Futsal um jogo colectivo, e apesar da maior parte da responsabilidade da decisão a tomar pertencer ao homem da bola, a decisão final é fruto do resultado de uma equipa, pelo que, para que a equipa funcione como um todo, será sempre necessário que os restantes elementos da equipa proporcionem ao homem da bola os indicadores indispensáveis para a tomada de decisão, que apesar de ser individual, não deixará nunca de ter a contribuição colectiva. Assim, os deslocamentos dos jogadores sem bola, cuja intenção táctica é de criar as situações que contribuem constantemente:

. Para um melhor apoio ao companheiro de posse de bola aumentando-lhe as possibilidades de resolução da situação táctica com o máximo de eficácia;
. Contribuem para a criação de desequilíbrios pontuais e temporários no sistema defensivo.

Nunca esquecendo que, a manutenção da posse de bola não será o objectivo final do jogo, mas sim o golo, pelo que, a maximização deste objectivo pressupõe a orientação de todos ou da maioria das acções técnico-tácticas individuais e colectivas, realizadas pelos jogadores em processo ofensivo, em direcção à baliza adversária.


Reflictam e executem!