28 dezembro 2005

O Modelo de Jogo Defensivo para a A. C. Alcaria

O modelo de jogo defensivo que preconizamos, assenta, fundamentalmente, sobre a pressão sobre o homem da bola e a limitação de soluções de passe, por parte do homem da bola. Desta forma, pretende-se de forma rápida, objectiva e sincronizada, limitar as opções, em tempo e espaço, de tomada de decisão por parte do adversário. Como define Jorge Castelo:

O objectivo básico da defesa é de restringir o tempo e o espaço disponível dos atacantes, mantendo-os sob pressão e negando-lhes a possibilidade de poder progredir no recinto de jogo. (Castelo, 1996) ”


Ou ainda, segundo o mesmo autor:

A fase defensiva consubstancia-se na base de acções de marcação, que em última análise, traduzem a presença física do defesa sobre o atacante, visando a tomada de todas as disposições para os neutralizar, em qualquer momento do jogo. (Castelo, 1996) “

Assim sendo, e ainda segundo o mesmo autor, poderemos definir o processo defensivo como:

As acções de marcação que exprimem a oposição do conjunto de defesas através de comportamentos técnico-tácticos individuais e colectivos, que visam essencialmente a anulação e cobertura dos adversários e espaços livres, concretizando o cumprimento dos objectivos fundamentais de defesa, nomeadamente a recuperação da posse de bola e a defesa da baliza. (Castelo, 1996) “

Ao contrário do que inicialmente poderíamos pensar, o facto de nos encontrarmos numa situação de “desvantagem” em relação à posse bola, também nos poderá trazer vantagens, analisando o problema com base em variáveis distintas. Analisemos a posição de Teodorescu (em 1984), sobre este problema:

As vantagens do processo defensivo situam-se na maior simplicidade das acções técnico-tácticas sem bola, pelo grande número de processos que permitem a recuperação da posse de bola, e pelas vantagens proporcionadas pela colocação concentrada dos jogadores num certo espaço de jogo, estabelecendo uma melhor entreajuda dos jogadores. (Teodorescu, 1984) “

No entanto, como em qualquer processo de gestão, um processo defensivo seguro passará sempre por uma tomada de decisão antecipada (ou capacidade de previsão da decisão a tomar), em relação ao adversário, assentando sobre dois pilares fundamentais:

. No preenchimento de espaços pelos quais a equipa adversária possa caminhar para o empreendimento das suas acções ofensivas;

. E limitação das acções dos adversários que possam dar continuidade ao processo ofensivo da sua equipa.

Desta forma, não deveremos nunca esquecer que um processo defensivo seguro irá basear-se sempre na manutenção da posse de bola, evitando assim contra-ataques ou ataques rápidos por parte do adversário. É isso que defende Teodorescu (1984), afirmando que “respeitar este objectivo significa evitar o risco irracional presente em alguns jogadores, através do qual se perde o esforço colectivo de uma forma extemporânea. Se as acções individuais ou as combinações tácticas utilizadas na construção e criação de situações de finalização não resultam, recomenda-se que as mesmas se reiniciem não as transformando numa lotaria.”


Reflictam e apliquem em situação real de jogo!