15 abril 2008

Jornal Tribuna Desportiva

Não havia necessidade!!!
O Alcaria esteve bem perto de somar os 3 pontos da vitória na recepção ao Barranha, mas uma infantilidade ao cair do pano acabou por trair a formação de Paulo Goulart, que assim continua em situação muito delicada na tabela classificativa.
Há dias assim! Contudo, aquilo que sucedeu nos últimos segundos do encontro que colocou frente a frente Alcaria e Barranha, duas formações que lutam pela manutenção na 3ª divisão, é digno de figurar no livro das infantilidades do ano. É que a escassos segundos do final, e quando o alçaria estava em vantagem no marcador (4-3), até poderia ter aumentado o score e “matar” logo ali. Mas o remate vitorioso não surgiu, o Alcaria perdeu a bola e ainda teve tempo de cometer uma falta (a 1 segundo do final do encontro), que levou o jogador do Barranha para os 10 metros, empatando a partida a 4 bolas. Foi um balde de água fria que se abateu sobre o pavilhão de Alcaria, ficando agora a turma de Paulo Goulart com as contas da permanência cada vez mais difíceis, ainda que a três jornadas do final do campeonato dependa de si própria para atingir o objectivo da manutenção.
O jogo era de nervos, mas logo nos primeiros minutos o Alcaria deu a entender que só a vitória lhe interessava. Aos 4’ Shina esteve perto de abrir o activo, mas o guarda-redes do Baranha (exuberante q.b.) defendeu para canto. Os da casa tinham mais posse de bola, perante o Barranha que tentava em contra-ataque surpreender. Aos 16’ após excelente combinação ofensiva, Shina fica novamente muito perto de marcar, valendo uma portentosa defesa de Zé Pinto a negar o golo ao capitão de Alcaria.
O 0-0 teimosamente perdurava no marcador, mas perto do final do primeiro período, e já depois de Carapito ter desperdiçado um livre de 10 metros, Sérgio chamado a converter do mesmo local, bateu com êxito. Estava feito o 1-0. Resultado que duraria pouco tempo uma vez que no último minuto do primeiro tempo João Paulo concluiu com sucesso uma transição rápida do Alcaria em golo, aumentando para 2-0.
Com a preciosa vantagem no final do primeiro período por parte do Alcaria, restava ao Barranha arriscar tudo no 2º tempo. Ao contrário do primeiro tempo, o expectante Barranha surgiu a pressionar alto e desde muito cedo a jogar com guarda-redes avançado. Do outro lado, o Alcaria sentia muitas dificuldades para sair em ataque organizado face à pressão da formação de João Silva. Aos 3’ Jorginho reduziu para 2-1 e aos 10’ o Barranha atirou ao poste da baliza de João Lopes. Ainda que tenuemente, o Alcaria nunca descorou o contra-ataque e aos 11 minutos Sérgio fez o 3-1, repondo a diferença de dois golos no marcador.
A meio do 2º tempo, o Barranha acaba por reduzir para 3-2, perdendo logo de seguida o seu capitão por expulsão com vermelho directo. Superioridade numérica que foi aproveitada da melhor forma por Alcaria, com Ângelo a marcar o quarto golo. Porém o Barranha não desarmava e chegou ao 4-3 aos 28’ por intermédio de Né.
Nos últimos 5’ de jogo, e já com as duas formações tapadas com a 5ª falta, o encontro estava mais aberto que nunca e o mais pequeno erro poderia ser fatal. E no último minuto surgiu o já “famoso” lance, com Laranjeira a cometer a falta quando restava 1 segundo para o final do encontro, proporcionando a Miguel o livre de 10 metros. O jogador do Barranha não vacilou, acabando por fazer o 4-4 final num jogo onde o Alcaria teve tudo para vencer.

Discurso Directo
Paulo Goulart, Técnico do Alcaria

“A faltar 10 segundos ganhamos a bola a meio campo, saímos numa situação de 2x1 e restavam-nos duas soluções: finalizarmos e “matarmos” o jogo ou jogarmos no nosso guarda-redes e queimarmos tempo. Não fizemos uma coisa nem outra, inventamos em frente da baliza adversária e depois cometemos uma falta que infelizmente deu naquilo que deu. Uma equipa com esta imaturidade, que perde pontos da forma como nós perdemos, não merece estar na 3ª Divisão. Continuamos a depender de nós para garantirmos a manutenção. Os nervos no final são normais para uma equipa que praticamente jogava hoje o campeonato, já que se ganhássemos atingíamos uma tranquilidade como ainda não tivemos este ano.
A arbitragem realizou um péssimo trabalho. Primeiro, o nosso 2º golo nasce de uma falta clara sobre um jogador do Barranha. Segundo, há uma falta sobre o shina, o árbitro faz sinalética da lei da vantagem, e na 1ª interrupção estávamos à espera que o árbitro contabilizasse a falta, o que não aconteceu e a Barranha seguiu o jogo e fez o 2-1. Estes dois lances, por si só, definem bem o trabalho da equipa de arbitragem."
Helder Lopes
in "Tribuna Desportiva"